Relação mestre e discípulo na obra Vida de Galileu de Bertold Brecht

Sandra Soares Della Fonte e Cláudio Alves Pereira

Tomar a aplaudida obra teatral Vida de Galileu, de Bertolt Brecht, e, nela, a relação mestre-discípulo de Galileu com seu auxiliar-aprendiz Andrea, como eventual e possível paradigma inspirador da relação professor-aluno nos dias de hoje, é de per si uma ideia brilhante. Fazê-lo quando se comemora o centenário do renomado filósofo-educador universal Paulo Freire, uma ideia ainda mais luminosa e oportuna. [...]

Ao fazerem um breve apanhado de partes centrais dessa obra brechtiana, os autores – dentre tantos aspectos que chamam a atenção de cada leitor, segundo sua própria experiência, seus interesses e suas indagações – irão fazer, explícita ou implicitamente, alguns destaques que, no meu entender, merecem ser aqui apontados: 1) evidentemente, o papel pioneiro de Galileu quando dos primeiros passos da ciência moderna; 2) o papel, retardador do avanço da ciência moderna, exercido por visões e crenças obscurantistas, fortalecidas, ao longo dos séculos, por múltiplos interesses, sacralizadas pelas autoridades eclesiásticas e garantidas pelas civis dos Estados laicos ou teocráticos; 3) a finalidade da ciência, do conhecimento, e sua relação com o bem-estar da humanidade, do que decorreria sua imprescindível aproximação com o povo; 4) a distinção e a ideal complementaridade entre o trabalho do cientista e o do professor, assim como o papel subversivo, revolucionário, de um e de outro, quando criam a dúvida e despertam o olhar crítico do povo; 5) a não neutralidade da ciência e os perigos da fé ingênua que nela depositam cientistas e não cientistas. [...]

Será também inevitável aos leitores deste livro olhar para o presente e o futuro próximo de nosso país e para o papel insubstituível de cientistas e professores na obra por excelência da ciência e da educação de transformar crianças, jovens e adultos de qualquer idade, de seres dependentes e heterônomos em seres plenamente humanos e autônomos para a construção coletiva, comum, de uma nação justa, civilizada e soberana.

Extratos do prefácio de Valdemar Sguissardi

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